3 de março de 2011

"Corpos mutantes, ensaios sobre novas (d)eficiências corporais" Edivaldo Souza Couto e Silvana Goellner

























O espetáculo do ringue: O Esporte e a potencialização de eficientes corporais.Claudio Ricardo Nunes e Silvana Goellner

Ao pesquisar o comportamento de atletas que praticam o esporte MMA, que no Brasil é conhecido como Vale-tudo, os autores puderam perceber como se dá o preparo desses atletas e suas implicações.




Os atletas buscam a superação dos corpos para alcançar a vitória, hoje além do preparo para ter um resistente "corpo lutador" ( físico-técnico-tático) o atl
eta também tem o objetivo de se "expor", o corpo além de comunicar ao outro lutador, representa uma vitrine publicitária.

Um outro ponto que chama atenção e considerado grave é o uso por parte destes atletas de suplementos alimentares rotineiramente como também de anabolizantes e asteróides para potencializar a força física, aproximando assim o atleta da vitória. A ação desses produtos favorecem o aumento de massa muscular, peso e força, mas traz
em consigo efeitos colaterais danosos a saúde humana. O uso dessas substancias tem sido uma etapa (quase que determinante) na produção do "corpo lutador" .


Uma estética para corpos mutantes. Edvaldo Couto

"Tudo que é sólido se desmancha no ar" Karl Marx

Nada mais é estável, o que vemos nem sempre representa a verdade, os corpos não precisam ser mais imperfeitos, imortais, e falíveis. A ciência tem buscado alternativas para pote
ncializar, corrigir, implementar os corpos humanos.

Algo antes só visto na ficção torna-se uma realidade. Na perspectiva de que não é mais necessário aceitar o corpo, mas que pode haver mudanças nele, por vontade própria ou por necessidade, gerando assim uma interação entre o corpo e a máquina.

Na atualidade o corpo tem sido visto como objeto de consumo, o que não poderia ser diferente numa sociedade capitalista onde tudo vira mercadoria, e isso tem feito com que haja cada vez mais investimentos na genética, pesquisas com células troncos, constituição de órgãos e a nanotecnologia tem movimentado o mercado.

Outro fator importante é que sofremos uma ditadura do corpo perfeito, e quem não se en
quadra nela é tido no mínimo como "relaxado" vale a pena pensar que com isso podemos estar formando um subgrupo de pessoas que não tenham acesso a essas tecnologias e que ficarão de fora dessa "evolução humana". Nos é posto o desafio de ressignificar nossas concepções, já que não podemos voltar atrás nos avanços tecnológicos.


Velhice, palavra quase proibida; terceira idade, Expressão quase hegemônica. Annamaria da Rocha Jatobá Palacios


"(...) a idade deixou de ser um veredito. Não existe mais um limiar do qual o ser humano estaria fora de uso(...)" Palacios

A partir da década de 90 temos observado a redução da taxa de crescimento mundial. Esse declínio na população não invalida o fato de que em alguns países o índice permaneceu o mesmo, ou até aumentou, mas retrata um fenômeno global.

Muito tem se discutido sobre Terceira idade e Velhice, aparentemente essas duas palavras poderiam ser consideradas sinônimos, mas na verdade tem sido vistas como conceitos antagônicos. Chamar alguém de velho é algo politicamente incorreto pois esse termo vem carregado de preconceitos, como algo acabado e quase sem utilidade, partindo desse pressuposto as em presas de cosméticos vem ao longo de anos utilizando em suas propagandas publicitárias o conceito de terceira idade, e que ainda é possível se sentir bem estando nela e que o que importa mesmo é como você viveu a sua vida e como vive-a hoje.

Produtos que podem atenuar as marcas do tempo são vendidos com a promessa de juventude eterna, num contexto onde a aparência tem muito a dizer de você.

Esse conceito vai além do cuidado na terceira idade, deve iniciar ainda na juventude aos 20 anos, onde a lógica seria "conservar a juventude é também combater a velhice" ou "combater a velhice é buscar recuperar a juventude", como afirma a autora.


Corpos amputados e protetizados: "Naturalizando" novas formas de habitar o corpo na contemporaneidade. Luciana Laureano Paiva

"É a partir de sua exterioridade que o indivíduo será classificado e julgado."Paiva

Apesar das diferenças, temos a necessidade de sermos vistos como iguais, e a amputação traz em si a marca da diferença. De certa forma o indivíduo perde a identidade do seu corpo, ele não é mais parâmetro para ser comparado a outro corpo dito "normal".

A amputação é vista como uma cicatriz que rompe o natural. Como afirma a autora " ela representa a morte da parte de um corpo e também é a morte simbólica de um estilo de vida".

Hoje a tecnologia contribui muito para a reabilitação de pessoas amputadas, aceitar-se é a melhor maneira de burlar essa diferença imposta pela amputação, mas é tarefa difícil para a pessoa amputada, o uso de próteses além de reabilitar o individuo ao seu meio social, também pode potencializar suas atividades, permitindo assim ir além do humano, o "homem máquina" ou "homem biônico", a ciência age sobre eles com o intuito de torná-los perfeitos, na tentativa de apagar as marcas deixadas pela amputação.

" Ser perfeito é ser completo." Sfez


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